terça-feira, 6 de outubro de 2009

Farinha do mesmo saco


A guerra das vaidades que tomou conta da categoria de profissionais em jornalismo nas últimas décadas tem imposto regras que impedem a difusão de notícias e favorecem a indústria da venda da informação. De um lado, assessores de imprensa que pensam que podem escolher sempre onde divulgar seu material. De outro, repórteres e editores que acreditam ser os mandatários dos veículos e os donos da verdade.

Vivemos, então, uma disputa burra. Repórteres e editores precisam de fontes, ao mesmo passo em que assessores precisam de voz e de holofotes para seus clientes. A questão não está em saber quem beneficia quem, mas em ater-se à regra de que os dois lados fazem parte de uma só moeda: o jornalismo. Não se faz reportagem sem que tenha informação. Não se publica “verdades e certezas” sem que tenha veículo.

Um tema que tem pautado a discussão de encontros de comunicação, aulas de jornalismo e sindicatos é a polêmica suscitada por alguns jornalistas de que Assessor de Imprensa ou Assessor de Comunicação, mesmo sendo jornalista de direito, não seria jornalista de fato, por exercer uma função incompatível com a de um jornalista.

Jornalista, no entendimento de uma corrente, seria apenas aquele que trabalha em redação, descaracterizando-se dessa função todo aquele que exerce atividade em alguma empresa, qualquer que seja a função na área de comunicação. O debate está na pauta e especialistas no tema já se manifestaram sobre isso, mas a polêmica está longe do fim.

De um lado e de outro, a discussão fica quase sempre empobrecida pelo viés da arrogância corporativista dos argumentos, em torno da polêmica se o assessor de imprensa deve ou não ser considerado jornalista. Ou se o seu trabalho tem ou não natureza jornalística.

O que pesa na polêmica, e lhe tem dado base, é a crença de que o jornalismo, profissão secular, continua imutável como expressão e denominação de um poder imaginário (o tal quarto poder), como se no mundo, nos últimos 50 anos, nada tivesse acontecido que modificasse os contextos e as formas de fazer dessa atividade.

Assim, despreza-se por inteiro a complexidade contemporânea do jornalismo, transformado em linguagem por meio da qual se manifestam os conflitos discursivos da atualidade, e em espaço público onde esses conflitos se realizam com sucesso. Sem o que não haveria democracia.

Portanto, fica claro que que precisamos um dos outros, já que muitos assessores de hoje foram os bons repórteres de ontem. Em suma, somos todos farinha do mesmo saco. Seres famigerados carentes de informação, fontes, verdades e de espaço para veiculação de nosso material. Precisamos ainda em nos transformar em uma comunidade organizada, a fim de não perder a essência do jornalismo que é o repasse da informação.


*Texto produzido para a disciplina de Assessoria de Imprensa.

sábado, 3 de outubro de 2009

Rio 2016: "Yes, we can!"

Confesso que quando fiquei sabendo das cidades concorrentes, não acreditava que o Rio de Janeiro fosse ser coroada como sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Não somente pela magnitude das outras cidades, mas pela comissão, por, talvez, dar preferência para estas metrópoles consideradas de "primeiro mundo", como Chicago, nos Estados Unidos ou Madrid, na Espanha.

Logo pela manhã, quando estava na redação do jornal, várias emissoras de TV deixavam o telespctador angustiado. Eram muitas especulações na voz de comentaristas esportivos, de economia, política e até de populares, que faziam suas previsões sobre a possível chance do Brasil sediar um evento que move milhares de pessoas em todo planeta.

Sem dúvida, minha vontade era que o Rio fosse o escolhido. Mas, o complexo de inferioridade cravado em muitos brasileiros, inclusive em mim, fez com que esse sonho fosse água abaixo. Já estava conformado e torcia até mesmo por Madrid.

Passou-se algumas horas, e quando os ponteiros arriscavam marcar 14h, veio a tão esperada notícia. Com aquele sotaque estranjeiro, ouvi pela televisão a palavra "Rio de Janeiro". Eu e mais alguns amigos de trabalho comemoramos de alegria. Foi tão emocionante, que a vibração me fez ter arrepios constantes.

Parabéns Brasil. Parabéns Rio de Janeiro. Parabéns brasileiros. Se não bastasse toda euforia, teve gente ainda que parou alguns instantes para tirar aquele nó da garganta e chorar. Até o presidente Lula chorou!

Começaram os discursos. Durante a tarde toda ouvi por muitas vezes a voz do nosso querido - pelo menos por enquanto - Lula. Em uma das frases, porém, achei interessante a sua colocação, que veio de encontro a mim. "Tem muito brasileiro pessimista, que quando acorda pela manhã olha para o sapato velho de sempre e acha que não vai caber no pé", posicionou-se.

Tudo bem, mais uma vez confesso que fui um dos brasileiros pessimistas que não acreditaram nessa escolha. Mas, pergunto: porque somos assim? Talvez algum dia, essa resposta seja dada por alguém. Por enquanto, independente de nossos pessimismos, o importante é que o Brasil irá sediar os Jogos Olímpicos, sendo o primeiro da América Latina.

Diante disso, mais confiante no meu País, peço, com todo respeito, que o inatingível Obama volte a cuidar da Crise Mundial, pois é o Lula - com ou sem os seus erros gramaticais - é que irá preparar a grande festa esportiva do mundo em 2016. Mas, sem dúvida, o iremos convidadar! Afinal, "Yes, we can"!

quarta-feira, 3 de junho de 2009

A transformação do áudio no Cinema

Trabalho feito para a Disciplina de Estética e Cultura de Massa, apresentado no semestre passado por mim. O vídeo aborda a cronologia do cinema e suas perplexidades em sincronizar o áudio e a imagem em uma única película, bem como procura otimizar as evoluções do universo hollydiano e a sua potência e credibilidade para com a História.

Tirando o conteúdo adquirido, no qual aprendi muitas coisas durante as pesquisas, posso dizer que foi um trabalho interessante e gratificante de se fazer, porém, com ele, pude testar minha capacidade de ficar algumas noites sem dormir. Sei que o vídeo tem pouco menos de seis minutos, no entanto, para editá-los, parece que foram mais de seis dias! Agora, pegue a pipoca, o refrigerante e boa diversão!