terça-feira, 27 de abril de 2010

Comodismo: o verdadeiro vilão da imprensa emergente

Geograficamente, a América Latina possui uma ótima localização. Pena que boa parte do mundo só se lembre dos países que a compõem apenas dessa maneira, ou seja, apenas como um pedaço terra. Apesar da riqueza cultura e natural, a posição perante outros países, considerados desenvolvidos, ainda é rasa e insólita.

E a culpa por tal desprezo não vem de fora. Se pararmos para analisar, o comodismo é o principal vilão de tudo isso. Desde pequenos a primeira informação que recebemos nas aulas de Conhecimentos Gerais e de História é que somos um país novo e em desenvolvimento. E o pior, crescemos com esse fardo calados, sem contestamentos.

O bombardeio prossegue com as comparações: a Europa detém o poder religioso; a Ásia é sabia e mais antiga e a America do Norte, a sensação atual, domina a tecnologia e a eficiência diplomática. E nós, o que temos? Somos miseráveis humanos descendentes de várias raízes indígenas, colonizados por portugueses famigerados de riqueza e mulheres bem afeiçoadas.

O complexo de inferioridade foi estabelecido. Qual o prazer de viver e morrer aqui, na terra onde canta os sabiás? Diante disso, o jornalismo deveria ter a função de formar, direcionar e mostrar o potencial local. No entanto, a Grande Imprensa - formada por veículos grandes e providos de dinheiro -, norteia suas programações em notícias voltadas para o centro do mundo.


Mas o que realmente é o centro do mundo? Essa pergunta feita por muitos revolucionários e anticapitalistas ainda está no ar. Com tantas características singulares, riquezas naturais, histórias para contar do nosso lado, a atenção dos jornalistas poderia e deveria estar antenada nos acontecimentos locais, muito mais que os estrangeiros.


Por enquanto, porém, essa realidade continua em discussão e deixando muitas pessoas órfãs de informação real sobre suas raízes. Quem sabe a tal Imprensa Alternativa tenha fôlego para continuar a resgatar essa lacuna de informação na sociedade ainda desprezada pela máfia capitalista e globalizada. Pois, a notícia na dose certa é remédio, mais que isso se transforma em guerra e volta a instaurar a solidão.

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